Ano: I Número: 7
ISSN: 1983-005X
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Brasileiros premiados no Idea internacional

A revista de negócios Business Week divulgou os resultados do IDEA (Industrial Design Excellence Award), o prêmio estabelecido pela Associação dos designers norte-americanos, Idsa. Muitos projetos brasileiros foram premiados, entre eles a máquina agrícola de pulverização Parruda, a máquina de lavar roupa da empresa Mueller, a Maxdoor, o totem de iluminação Ziplux, os sapatos da Ciao Mao e duas luminárias da Lumini.

Depois de passar por um júri nacional, organizado pela entidade Objeto Brasil em conjunto com a Idsa, 53 produtos foram avaliados pelos jurados norte-americanos. Doze deles foram premiados nas categorias ouro, prata e bronze, concorrendo com pesos pesados do design mundial, entre os quais empresas como Bose, Danese, Apple, Dell, Microsoft, Whirpool, Sony, Eva e Samsung. E também com nomes mediáticos como Karim Rashid, Pentagram e frogdesign, entre outros.

Os produtos brasileiros variaram muito: eletrodomésticos, aparelhos de saúde, de iluminação, máquina agrícola, porta hi-tech, nebulizador, porta-prancha de surf e até cartões de visita produzidos com embalagens descartadas. A presença brasileira ganhou artigo da editora Helen Walters, da Business Week, a revista norte-americana de negócios que apóia o prêmio há muitos anos.

A perspectiva do Idea foi atrair atores de países que nunca fizeram parte do circuito de design mundial. E, de fato, entre os premiados desse ano houve vários projetos de Taiwan, da China, da Croácia, da Colômbia e até do Irã. Mas nenhum da Índia ou da Rússia, o I e R do Bric, a sigla que reúne os quatro candidatos a potências mundiais no século XXI (Brasil, Rússia, Índia e China).

A China recebeu um só prêmio, o projeto da tocha olímpica. Ao mesmo tempo, o Idea demonstrou a preocupação de valorizar projetos feitos para a maior parte da população mundial. Assim, a poderosa multinacional Philips ganhou um prêmio por um singelíssimo fogão destinado ao mercado indiano. E o projeto de computadores baratos destinados a crianças (one laptop for children), do Massachussets Institute of Technology, foi premiado duas vezes.

O interesse do Idsa pelo Brasil é, certamente, avaliar em que sentido vão nossas idéias e nossa produção industrial. Curiosamente, o único produto destinado às classes C e D  é a lavadora Superpop, da empresa Mueller, design do escritório paulistano Chelles e Hayashi, que há anos reinventa eletrodomésticos não-sofisticados e acessíveis a uma maior parcela da população.

Os demais prêmios revelam capacidade projetual em várias áreas, o que pode estimular empresas brasileiras, ainda muito distantes do design, a ver com melhores olhos esse investimento. Os objetos premiados revelam a existência de um parque industrial diversificado  e uma sociedade na qual o design se dirige mais à minoria que a maioria. E as empresas de todo mundo esperam que a próxima rodada de crescimento se faça pela incorporação da população pobre do planeta. Se o Idsa e o Idea estão atentos a isso, as entidades de designers e as escolas e empresas brasileiras não devem deixar o bonde passar. (EL)

Premiados brasileiros

Calçados Ciao Mao
Cartão de visitas Greencard, da Tátil
Fogão Electrolux, design equipe interna
Luminária Cut, de Fernando Prado, produção Lumini
Luminária Super-bossa, da Lumini, projeto de Fernando Prado
Máquina agrícola Parruda, projeto do escritório Design Inverso, de Joinville, para o Laboratório Catarinense
Máquina de lavar roupa Mueller, projeto Chelles e Hayashi
Nebulizador Ultra-alívio Ultronic, projeto do escritório Questto 
Porta Maxdoor, para a empresa Maxhaus, projeto NóDesign
Porta-prancha de surf Vimar, projeto da Sincro Design
Totem de iluminação da Ziplux

Entre os estudantes foi premiado o assento Lounge proposto pela aluna Patrícia Seixas Silva, da escola de design da Fuma, Belo Horizonte.

 


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