Ano: III Número: 26
ISSN: 1983-005X
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Abdi: história concisa
Marcos da Costa Braga

A Associação Brasileira de Desenho Industrial – Abdi – foi a primeira associação profissional de design do Brasil e era a única, de seu gênero, existente no País entre 1963 e 1978. A Abdi foi fundada por pioneiros do campo do design nos anos 1960 para promover a divulgação e a conscientização sobre o design junto a governos e empresários, mas também incluiu em suas principais atividades as discussões sobre as relações de trabalho dos designers no mercado como contrato de trabalho, código de ética e regulamentação da profissão.


Constituição da associação pioneira

Nos anos de 1960, ocorre uma contínua expansão das áreas de atuação no campo profissional do design como automóveis, fogões e identidade visual corporativa, decorrentes da industrialização e do desenvolvimento urbano ocorrido desde os anos de 1950. Nesta época, arquitetos e designers pioneiros atuavam em um mercado que consideravam ainda restrito, mas com potencial de expansão. O otimismo do período JK e seu processo de industrialização ainda ecoavam no País e entre os profissionais das áreas projetuais. O campo gráfico do design se apresentava mais amplo que o de design de produto, que até então tinha sua grande base no campo do mobiliário e interiores, fruto da atuação predominante de arquitetos partidários do estilo moderno desde os anos de 1920 (Cf. CAVALCANTI, 1994 ).

Este cenário incentivou intelectuais acadêmicos da área de arquitetura e desenho industrial a implantarem o ensino regular de design no Brasil. A sequência de disciplinas em desenho industrial da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, implantadas em 1962, e a Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), criada em 1962 no Rio de Janeiro, são frutos desta mobilização e refletem o otimismo com a industrialização brasileira da época. A Esdi e a FAU/USP adotaram o termo ‘desenho industrial’ para definir a área de atuação que em muitos países era predominantemente associada ao industrial design.

A FAU, de modo coerente com a história do campo arquitetônico moderno no Brasil e com a formação do arquiteto moderno, que na linha de ensino iniciada pela Bauhaus abrangia também as áreas do design, pretendia ampliar a noção de projeto do arquiteto. Este “deveria participar do projeto e de tudo o que se faz no seu cenário” (1), possibilitando assim abrir seu campo de trabalho. Já a Esdi foi fundada para formar uma mão de obra especializada em desenho industrial com a intenção de participar de um projeto de industrialização que fazia parte dos planos políticos de Carlos Lacerda para o Estado da Guanabara no início dos anos de 1960 (Cf. NIEMEYER, 1997 ).

O mercado de desenho industrial se flexibilizava. Logo, os docentes destas instituições e mais alguns outros profissionais, sem atuação docente, sentiram a necessidade, e que era o momento propício, de assumirem um papel mais “coletivo do que puro e simplesmente um papel de professor ou simplesmente de profissional”. Através de contatos pessoais e sociais, um grupo atuante na área do design no eixo Rio - São Paulo, se reúne e funda a primeira associação profissional de design do Brasil: a Associação Brasileira de Desenho Industrial – Abdi em 10 de setembro de 1963.
A Abdi foi constituída por profissionais pioneiros que atuavam no campo do desenho industrial, nos anos 1950 e 1960, e que possuíam formação diversificada. Os docentes da Esdi e da FAU/USP estavam entre estes profissionais, pois também realizavam trabalhos de design para o mercado. Destacam-se, neste momento, entre eles: Lucio Grinover, João Carlos Cauduro, Abraão Sanovicz, Rodolfo Stroeter, Alexandre Wollner e Carl H. Bergmiller. Neste grupo também encontramos entre seus quadros, artistas concretistas e publicitários como Décio Pignatari, artistas gráficos como Willys de Castro e Fernando Lemos e empresários entusiastas do design como Leib Seincman, dono da indústria de móveis Ambiente e mais tarde da indústria Probjeto. Lúcio Grinover, professor da FAU/USP, atuou como o primeiro presidente da associação de 1963 a 1968.

Características dos primeiros anos

O Estatuto da Abdi definia a Associação como “sem fins econômicos” e “de caráter cultural”. Os objetivos da entidade abrangiam cinco ações principais: a) reunir “os desenhistas industriais que exercem a profissão no país” e servir de fórum de aproximação com quaisquer interessados no desenvolvimento do desenho industrial no Brasil; b) atuar “na criação de condições favoráveis ao desenvolvimento do desenho industrial” e “contribuir para a qualificação técnico-formal e cultural do produto industrial” através de diversificados eventos e ações; c) “divulgar e documentar as atividades dos sócios”; d) assessorar os sócios em suas relações profissionais, destacando o registro autoral na própria Abdi; e) “desenvolver gestões no sentido do reconhecimento e regulamentação da profissão”. (3)
   
A divulgação do design envolvia um trabalho de conscientização sobre o que é desenho industrial. Por meio de palestras e publicações direcionadas principalmente aos clientes, potenciais contratantes de designers, objetivava-se não só a abertura do mercado de trabalho de modo mais amplo, mas também a possibilidade de novos projetos para os membros da Abdi.

Os poucos profissionais associados nos primeiros anos da Associação, consideravam que a Abdi serviria de fórum de encontro entre pares e que possibilitaria ações mais eficientes, por um conjunto de pessoas, para a conscientização do empresariado sobre o papel do design para as suas empresas. Esta aproximação encontrou eco entre alguns empresários de empresas de médio e grande porte com os quais os membros da Abdi mantinham relações profissionais e sociais. Destacaram-se no apoio à Abdi José Mindlin, da Metal Leve, Luis Villares, das indústrias Villares e Georgio Padovani, da Olivetti do Brasil.

A presença empresarial marcou não só o modo como a Abdi pretendeu divulgar o design, como também a sua própria fundação e formação. Empresários que eram clientes e/ou amigos dos designers antes da fundação da Abdi, participam da associação como seus fundadores ou como articuladores de contatos com outros empresários, ou ainda, como patrocinadores e parceiros na realização de eventos e publicações da Associação.
   
Mesmo entre alguns arquitetos que formaram a Abdi, em seus primeiros anos, encontramos empresários de indústrias de móveis como Michel Arnoult e Abraão Sanovicz. O caráter empresarial também orientava a atuação de alguns outros membros da Abdi que constituíam escritórios para prestarem serviços de design. Portanto, nem todos trabalhavam como autônomos ou assalariados. Além disso, José Serber e Leib Seincman, que compuseram diretorias da associação, eram industriais e chegaram a contratar alguns serviços de design de membros da Abdi. Nos estatutos da Abdi constavam as categorias sócio titular e coletivo. O empresário poderia se filiar à  Abdi como sócio titular na condição de pessoa física. As empresas, por sua vez, poderiam se associar como sócio coletivo na condição de pessoa jurídica.
   
Coerente, portanto, que o primeiro grande evento de divulgação do design pela Abdi junto ao empresariado tenha sido junto ao Fórum Roberto Simonsen, entidade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. A Fiesp foi contatada aproveitando-se as relações com empresas que os associados já possuíam. A divulgação e conscientização poderia assim ser feita de forma institucional e para coletivos de empresários facilitando o trabalho de conscientização individual que, segundo Bergmiller (4), parece ter sido praticado por muito tempo pelos associados da Abdi. O evento resultou na primeira publicação da Abdi, e foi paga pela Fiesp. O livro Desenho Industrial: aspectos sociais, históricos, culturais e econômicos, editado em 1964 pela Fiesp, trazia os textos das conferências proferidas por membros associados da Abdi. Abrangiam definições sobre a profissão de desenhista industrial, sua história no Brasil e no mundo e os diversos aspectos técnicos e sociais que o envolviam.
   
O evento descrito acima possibilitou o início de parcerias dos designers e empresários que se interessavam pelo design por variadas motivações e em diferentes participações na associação profissional pioneira como atividades culturais e de divulgação do design. As exposições de trabalhos e o incentivo à promoção de concursos por parte de empresas formaram um dos eixos de atividades culturais empreendido pela Abdi como parte da estratégia de divulgação e conscientização sobre o design brasileiro. As relações profissionais e sociais dos designers com empresas facilitaram a estruturação dessas atividades por meio do apoio de empresários que possuíam interesse em eventos culturais ou que também já tinham alguma consciência sobre o que era o design industrial.

Nos primeiros anos de atividades da Abdi destaca-se a parceria montada com a firma Alcântara Machado Comércio e Empreendimento Ltda., responsável pela realização de feiras industriais e comerciais. Os Prêmios Lúcio Meira, de carrocerias de automóveis, e Roberto Simonsen, de projetos e produtos de utilidades domésticas, foram promovidos pela Alcântara Machado e passaram a contar com a Abdi na montagem do júri e na sua organização. O mesmo ocorreu em outras premiações. O Prêmio Roberto Simonsen, patrocinado pela Fiesp e iniciado em 1963, se dividia em mais de uma categoria de produtos para o lar e era realizado por ocasião da Feira Nacional de Utilidades Domésticas – UD, montada anualmente em São Paulo nos anos de 1960. Os concursos de design congregavam os poucos profissionais e estudantes existentes (inclusive da Esdi) interessados em design.
   
Publicações da Abdi foram editadas, com apoio dos empresários, e exerceram papel importante no registro e na divulgação das atividades da Associação e da produção profissional dos seus associados e demais designers. Destacam-se a revista Produto e Linguagem, editada em três números de 1965 a 1966. Estes eram distribuídos aos associados e às empresas como parte das ações de disseminação dos conceitos sobre o design.

As palestras promovidas pela Abdi constituíram outro eixo importante do trabalho de conscientização e reflexão sobre o design. Eram realizadas tanto nas entidades de ensino quanto na Fiesp, e até mesmo nas dependências de algumas empresas que participavam da Abdi, como a indústria de móveis OCA, do arquiteto Sérgio Rodrigues e a Mobília Contemporânea, de Michel Arnoult. Em determinados eventos de palestras e debates, empresários e representantes dos governos estadual e federal eram convidados a proferiram conferências em relação às dimensões de políticas e a exemplificações do uso do design. Assim se mantinha o debate e se estimulava a adesão de demais agentes produtivos e fomentadores, potenciais agentes de demandas para a área do design, bem como se consolidava o interesse de estudantes e profissionais a continuar se dedicando ao design em um cenário com limitações de atuação no mercado de trabalho dos anos de 1960 e 1970.

Os contatos internacionais com o International Council of Societies of Industrial Design, Icsid, estiveram presentes no processo de fundação da Abdi e em quase toda a sua existência. Em janeiro de 1965, a Diretoria do Icsid comunicou à Abdi o aceite de sua filiação que seria válida a partir de 10 de março de 1965. E é nesta condição que a Abdi compareceu, oficialmente, pela primeira vez a um Congresso do Icsid, o IV, realizado em setembro de 1965, em Viena, Áustria. A representação brasileira foi composta por Décio Pignatari e pelo arquiteto Lívio Edmundo Levi.
   
A presença de empresários nas atividades da Abdi, nos segmentos acima descritos, foi uma constante, variando de intensidade e foco conforme as conjunturas de época e as relações sociais estabelecidas com os membros de diretorias de cada gestão. Porém, no cotidiano das assembléias e reuniões da associação eram muito poucos os empresários que compareciam com uma certa freqüência. No dia a dia da Abdi, outras questões de interesse da profissão de desenhista industrial, entravam na pauta de discussões como a regulamentação da profissão, finanças da associação, representação nacional etc. Assuntos esses de interesse maior para os que dirigiam ou frequentavam a entidade profissional na condição de designers.
 
A regulamentação da profissão estava na pauta de discussões da Abdi desde seu inicio. Como a maioria dos sócios titulares que participavam das reuniões eram arquitetos, e alguns deles também eram professores da FAU, o pensamento predominante era de que a profissão de desenhista industrial fosse regulamentada com auxílio do organismo que já possuía uma estrutura instalada: o Conselho Nacional de Engenharia e Arquitetura - Crea. O reconhecimento pelo Crea da profissão de desenhista industrial, e da atuação profissional do arquiteto neste campo, auxiliaria o reconhecimento social buscado pelos designers pioneiros e também consolidaria a opção profissional oferecida aos estudantes na FAU/USP.
   
A regulamentação beneficiaria também escolas específicas de design, como a Esdi. Não havia uma proposta de exclusão de uma das duas vias de formação, representadas pela FAU e pela Esdi. Ambas as correntes estavam juntas na Abdi. Eram poucas as instituições, por isso deveriam estar juntas para que a profissão se estabelecesse na sociedade, nos moldes que a esperança desenhava. Muitos arquitetos se classificavam na lista de sócios da Abdi com dupla profissão. Ou seja, apareciam como arquitetos e desenhistas industriais, devido à sua atuação no mercado. Após a implantação da sequência de design, aqueles que se graduavam na FAU se denominavam de modo semelhante devido à formação que incluía o ensino de desenho industrial.

Lucio Grinover, professor da FAU e presidente da Abdi de 1963 a 1968, afirma que sua intenção nos contatos com o Crea era de reunir todos, arquitetos e desenhistas industriais, no mesmo projeto de regulamentação. Lembra que no início foi difícil levar a idéia ao Crea, pois lá ouviu que para pleitear a inserção do desenhista industrial no Conselho deveria haver “uma massa crítica”, e que essa poderia ser alcançada se “vocês tiverem profissionais que se formam nas escolas” (Grinover, Op. Cit.). Essa “massa crítica” só começou a tomar corpo a partir de meados dos anos 1970.
   
Anos 1970 – esperanças, crescimento e desarticulações
   
A Abdi viveu diferentes fases nos anos 1970, alternando momentos de grandes feitos e de desarticulações. Ao final dos anos 1960 variados fatores provocaram uma desarticulação parcial entre os membros da Abdi. No cenário político nacional cresceram os movimentos de resistência e os atos de protestos contra o regime militar instalado em 1964. Uma nova Constituição Federal e uma nova Lei de Segurança Nacional foram promulgadas em 1967 para consolidar o poder do Governo Militar. Crescia também a repressão aos movimentos de resistência que abrangiam grupos e indivíduos nas áreas das artes e cultura em geral (Cf. RIDENTI, 2000 ). No ano seguinte ocorreu a instalação do Ato Institucional N° 5 e o Congresso Nacional foi fechado.

O cenário político não atingiu a Associação em si apesar das dificuldades que sofreu, como toda a sociedade, com o cerceamento de reuniões de profissionais e de trabalhadores em geral. No entanto, atingiu a diversos indivíduos da área cultural e da intelectualidade brasileira nas quais se inseriam membros da Abdi em atividade na Associação nos anos de 1960. A situação política individual de alguns membros da Abdi, o cerceamento a reuniões públicas e o falecimento em 1973 de Lívio E. Levi, diretor de Divulgação da gestão 1968-1970, foram alguns dos fatores da desarticulação e do esvaziamento, no número de frequentadores e de atividades, que a Associação sofreu no período. As reuniões da Associação passaram a ser na Maitiry, empresa do presidente da Abdi, o artista gráfico Fernando Lemos, que funcionou como sede com a presença de poucas pessoas. Estas reuniões tinham também um caráter de resistência, no sentido de preservar a existência da Abdi e manter seu forum de discussão. Importante ação, se considerarmos que era uma época na qual as reuniões de grupos poderiam ser consideradas focos de subversão política.

Esta situação perdurou no início da gestão Alexandre Wollner que ocupou a presidência da Abdi de 1970 a 1974. Wollner tratou logo de estimular as representações regionais incentivando seus alunos e ex-alunos da Esdi a organizarem uma filial carioca da Abdi. A cidade do Rio de Janeiro era, na época, o segundo foco de associados da Abdi e, desde 1966, vinha formando desenhistas industriais. Em 1970 foi organizada a Abdi-GB, por meio da constituição de uma diretoria interina formada por Ivan Prado, José Maria de Oliveira e Mário Ewerton Fernandez. Wollner tinha como posição política reforçar a presença na Abdi de profissionais diplomados nas escolas de design. O contato com alunos de design da cidade paulista era mais restrito. Só em 1972 formou-se a primeira turma de Desenho Industrial da Fundação Armando Álvares Penteado – Faap, primeira instituição a abrigar um curso superior específico de Design em São Paulo.
Mesmo com dificuldades, algumas das parcerias que permitiram as premiações nos anos anteriores continuaram neste período, como o Prêmio Lúcio Meira do VII Salão do Automóvel de 1970 e o Prêmio Roberto Simonsen da XI Feira Nacional de Utilidades Domésticas do mesmo ano. Algumas novas atividades surgiram. Uma grande exposição foi organizada por Wollner em São Paulo. Tratava-se da mostra de trabalhos de desenho industrial realizada junto à empresa Eucat Expo, que obteve cobertura de mídias jornalísticas impressas e televisivas e que foi realizada de 12 de março a 22 de abril de 1972.(5)
   
O final dos anos 1960 e início dos anos 1970 foi marcado pelo “milagre econômico”, no qual a produção de eletrodomésticos e outros bens de consumo atendia a uma classe média que constituía um limitado mercado interno. Entretanto, as dificuldades para o desenvolvimento nacional de projetos de produtos industrializados continuavam, e as cópias de produtos e importação de projetos para montagem local, também. Em 1972, foi realizada a Brazil Export, uma grande feira industrial no pavilhão de exposições do Anhembi, na cidade de São Paulo, onde foram mostrados vários produtos brasileiros para o mercado internacional. Esses produtos foram criticados por empresários estrangeiros por não apresentarem características próprias, ou seja a falta de um design próprio.(6)  Diante da situação as autoridades do milagre econômico manifestaram a intenção de usar o design para aumentar a competitividade dos produtos brasileiros para a exportação. Entretanto o design foi visto mais como uma ferramenta para tratar de aspectos formais estéticos. Apesar destas distorções na visão oficial sobre o design, ao considerá-lo apenas sob o ponto de vista da forma superficial do produto, algumas boas iniciativas pontuais são estimuladas por órgãos governamentais (7). Porém, isto não foi o suficiente para efetivar satisfatoriamente a inserção do desenho industrial na indústria brasileira nos anos 1970.


Apesar dessas dificuldades do desenho de produto nacional, a demanda por design, predominantemente o gráfico e o de mobiliário, crescia. Os escritórios dos associados da Abddi estavam em atividade normal. E a demonstração de interesse do governo federal por design foi mais um fator que estimulou alguns dos articuladores da Abdi dos anos 1960 e alguns jovens designers a atuarem mais intensamente na Associação em 1974.
   
Em 1974 o cargo de presidente da Abdi foi ocupado pelo engenheiro Sérgio Penna Kehl. Kehl tinha trabalhado na empresa Villares como diretor industrial algum tempo antes.(8) O novo presidente da Abdi aproveitou a sua ligação, e de mais alguns sócios, com empresários e promoveu a constituição de um Conselho Consultivo. Segundo Ari Rocha (9), este Conselho tinha como presidente José Mindlin, que também era diretor da Fiesp. João Carlos Cauduro informa que no início das relações entre a Abdi e a Fiesp, nos anos 1960, Mindlin, diretor da Federação, teria sido o primeiro contato que possibilitou o apoio da entidade à Associação de designers. Durante um bom tempo Mindlin teria agido como representante da Abdi na Fiesp, ainda nos anos de 1960. (10)

Foi este Conselho que conseguiu mobilizar alguns empresários para, mais uma vez, investir em atividades promovidas pela Abdi. Em 1974 o Conselho era composto por nove empresários: C. J. Van Der Klugt (Philips), Eudoro Villela (Itaú), Giorgio Padovano (Olivetti), Horácio Cherkassky (Klabin), José Mindlin (Metal Leve), Justo P. Fonseca (Pignatari), Luiz D. Villares (Villares), Robert Blocker (Lar Brasileiro), Virgílio Lopes Silva (Instituto Roberto Simonsen). (11) Premiações e concursos novos nasceram durante esta gestão. A Companhia de Gás de São Paulo (COMGÁS) instituiu em 1974 o Prêmio Rubem Martins de comunicação visual. A idéia surgiu a partir da exposição de identidade visual, da própria empresa, que foi desenvolvida pelo escritório de Aloísio Magalhães. Várias conferências sobre desenho industrial foram realizadas durante o biênio 1974/1976 em escolas e instituições variadas. A ABDI editou boletins informativos em nove números de 1974 a 1977, que registraram estas e outras atividades do campo do design.

Dois eventos se destacaram nesse período. O primeiro foi o “Ciclo de debates sobre desenho industrial” realizado em conjunto com a Fundação Armando Alves Penteado (FAAP), de 24 a 28 de novembro de 1975. Vinte e cinco conferências se realizaram, sempre à noite, na Faap e abrangeram as relações entre desenho industrial e o usuário, a escola, a empresa, o governo e o próprio desenhista industrial. Participaram das mesas de conferências profissionais associados à Abdi, empresários, docentes e representantes do governo paulista. O segundo evento do gênero diversificou suas atividades e ganhou uma dimensão de maior importância em relação aos foruns de profissionais anteriores. Tratou-se do Simpósio Design ’76, que adquiriu ares de congresso devido à aglutinação de pessoas que conseguiu e ao variado temário. O Simpósio Design ‘76 aconteceu dos dias 24 a 26 de maio de 1976 no São Paulo Hilton Hotel. Sua organização contou com a colaboração do Instituto de Organização do Trabalho (Idort) de São Paulo e foi patrocinado pela Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e Comércio (STI/MIC). O evento foi dividido em conferências, que, predominantemente, abordaram o tema Design e Indústria, atraiu cerca de 350 pessoas de vários estados e motivou os cariocas a se reorganizarem.
   
No começo de junho de 1976, iniciou-se processo intenso de reuniões promovidos por designers cariocas com o objetivo inicial de possibilitar a abertura de chapas e posteriormente, eleger uma diretoria regional da Abdi que substituísse a representação da Abdi no Rio de Janeiro exercida por Joaquim Redig desde 1974. Como resultado deste processo de organização, os profissionais do Rio de Janeiro, em acordo com os paulistas, decidem eleger três representantes para compor a chapa da Diretoria da Abdi para o biênio 1976/1978. Desta forma, a nova diretoria pretendia dar à Associação a dimensão nacional almejada. José Nelson Medina, José Carlos Wanderley Conceição e Valéria Munk London integraram a nova diretoria da Abdi presidida por Marco Antonio Amaral Rezende, profissional atuante no escritório Cauduro/Martino de São Paulo.
   
Um grupo de trabalho do Rio de Janeiro,(12) intitulado “Profissão”, foi institucionalizado pela Diretoria de 1976/1978 para continuar a elaborar um projeto de lei que possibilitasse a regulamentação da profissão. Ao longo de seus trabalhos, em 1977, o grupo acabou por concluir que, devido ao caráter de associação cultural da Abdi, outras entidades de cunho trabalhista deveriam ser criadas para servirem de ‘embriões’ dos sindicatos de classe. Esta medida foi reforçada pela constatação das impossibilidades jurídicas e práticas encontradas para se modificar os estatutos da Abdi. A aprovação do anteprojeto da regulamentação, acreditava-se, seria rápida, diante “da existência de associações profissionais e sindicatos atuantes” (13).

Os diretores cariocas passaram então a dividirem suas atenções entre o trabalho na Abdi e o caminho da regulamentação via formação de entidade pré-sindical. Os diretores paulistas, por sua vez, após discussões com um grupo composto por cerca de vinte associados locais, decidem continuar a elaborar um projeto de regulamentação para ser encaminhado ao Congresso Nacional para aprovação. Esse caminho ainda era considerado, pelos associados de São Paulo, como “o mais simples” e mais rápido do que a “lentidão” do processo de reconhecimento oficial, via entidades pré-sindicais, pelo Ministério do Trabalho (14).

Ações distintas no Rio de Janeiro e em São Paulo, por parte dos diretores, refletiram essas e outras divergências crescentes e o inevitável rompimento entre as partes. Nos primeiros meses de 1978, os diretores do Rio de Janeiro se dedicam à fundação da Associação Profissional dos Desenhistas Industriais do Rio de Janeiro - Apdins-RJ, enquanto em São Paulo os diretores e associados locais continuaram com a agenda de atividades da Abdi, incluindo a elaboração do projeto de regulamentação da profissão, o processo de regionalização da Associação e a participação em fóruns internacionais de design. A Apdins-RJ foi a primeira associação profissional de designers de caráter pré-sindical e de nível estadual no Brasil. Suas lideranças e principais articuladores eram na grande maioria composta por profissionais oriundos da Esdi.

A gestão de 1976/1978, da Abdi, terminou com três documentos prontos, resultantes das últimas de suas ações, e os deixava para implantação por parte de uma nova diretoria: propostas de novo estatuto, lei de regulamentação da profissão e código de ética. O anteprojeto de regulamentação da profissão, elaborado na gestão do biênio 1976/1978, foi apresentado ao Deputado Athiê Coury (PDS-SP) que, segundo lembranças de Sérgio Akamatú, presidente da Abdi de 1978 a 1980, o encaminha ao Congresso Nacional ainda antes da realização do 1° Endi, ocorrido em outubro de 1979, na cidade do Rio de Janeiro. O 1° Encontro Nacional de Desenho Industrial –Endi, foi um forum promovido pelas associações existentes na época: Abdi, Apdins-RJ e Apdins-PE. Nesse evento um único documento sobre a regulamentação da profissão foi aprovado, sob o consenso das entidades profissionais promotoras do Endi, e este passou nortear os textos e as ações em defesa da regulamentação da profissão nos anos 1980.

Apesar da participação empresarial e dos eventos, que voltaram a atrair o público em meados dos anos 1970, a Abdi viveu novamente em fins da década de ’70 uma diminuição de sócios ativos e pagantes. Entre os motivos para esta situação, João Carlos Cauduro relaciona “uma crise profissional” provocada pelas restrições no mercado de trabalho para a atuação plena das novas gerações diplomadas em design e também para a geração que fundou a Abdi no tocante às possibilidades de desenvolvimento do desenho de produtos (Cauduro, Op. Cit.).

Por outro lado, devemos lembrar que, em 1978, os profissionais que articulavam as representações da Abdi no Rio de Janeiro e em Pernambuco decidiram fundar entidades de classe profissional de caráter pré-sindical e estadual. Este perfil associativo assumiu a preferência dos designers cariocas e pernambucanos, que em sua grande maioria era constituída por recém-diplomados nos cursos de desenho industrial daqueles estados (no Rio de Janeiro: Esdi, PUC e Ufrj. Em Pernambuco: Ufpe ). Desta forma nasceram as Associações dos Profissionais de Desenho Industrial de Nível Superior (Apdins’s),(15) que passaram a centralizar as contribuições e as atenções financeiras dos designers locais.

Além disso, o Conselho de empresários não atuava mais junto à diretoria desde 1978. Em 1979, como consequência do interesse de determinados diretores da Fiesp no design, foi inaugurado, como parte daquela entidade, o Núcleo de Desenho Industrial (NDI-Fiesp). As ações que empreendeu inicialmente, abrangiam algumas atividades semelhantes àquelas empreendidas pela Abdi: promoção de palestras e debates sobre design e cadastro profissional de designers. Tanto estas atividades quanto as demais ações do NDI tinham como um de seus objetivos principais divulgar e conscientizar os associados da Fiesp das vantagens que poderiam ocorrer com a adoção do design pelas empresas. Em 1978 a diretoria do biênio 1976/1978 da Abdi, sob a presidência de Marco Antônio Rezende, tinha colaborado com o planejamento do NDI como parte de ações programáticas de estreitar laços com entidades de classe empresariais.
Entretanto, o advento do NDI e de suas atividades no cenário paulista da época, acabou por se configurar em um dos elementos, entre vários outros, que contribuíram para a diminuição de eventos empreendidos pela Abdi no final dos anos 1970, uma vez que várias das atividades do NDI eram semelhantes às promovidas pela associação pioneira. Nos anos de 1980 o NDI se constituiu no principal forum de divulgação do design para as empresas ligadas a Fiesp.

O esvaziamento da Abdi foi enfrentado pela gestão de 1978-1980 que teve Sérgio Akamatú como presidente.(16) Akamatú era professor da FAAP e sua gestão foi marcada por uma presença maior de profissionais recém-formados de diferentes cursos de Desenho Industrial de São Paulo. A maioria, era ligada à Faap. O auxílio de estudantes e a parceria com instituições de ensino também caracterizou a realização de eventos da Abdi nesta época.

Com poucos sócios pagantes e poucos participando de suas atividades, a nova diretoria não pode manter o nível de ações das duas gestões anteriores. Concentrou seus esforços em aprovar e encaminhar os documentos concluídos em 1978, promover a participação da Abdi nos foruns de maior importância para a categoria, como o Endi, acompanhar discussões sobre o novo currículo mínimo dos cursos de Desenho Industrial, e sanear as finanças. Entretanto, sem receita de sócios pagantes suficientes e do apoio financeiro empresarial na dimensão de anos anteriores para funcionar e sem candidatos a nova diretoria, a Abdi deixou de funcionar em 1980 encerrando assim seu papel histórico.

Limites da parceria no desenvolvimento de produtos
   
Parte do esvaziamento que a associação pioneira sofreu foi relacionada por Lúcio Grinover e Alessandro Ventura a um desânimo que alguns membros da Abdi sentiram nesta época, e antes em fins dos anos de 1960 e início dos anos de 1970, devido a não realização efetiva do design nacional de produtos industrializados na escala e na diversificação de áreas que se esperava.

Apesar de a Abdi congregar profissionais das áreas gráfica e de produto, a motivação principal na luta pelos objetivos da Abdi por parte de alguns dos principais articuladores da entidade era a esperança de ver crescer o mercado de desenvolvimento de produtos industrializados no país. Mesmo que, até para estes, fosse a área gráfica que efetivamente apresentasse as melhores possibilidades de ganho financeiro e de expansão de mercado de trabalho, o desenho de produto estava associado a uma intervenção social de maior vulto por parte do designer e a uma maior interação com o processo de industrialização do país ocorrido nos anos anteriores.

A maior parte dos empresários, clientes e amigos dos membros da Abdi, segundo Alessandro Ventura, apresentaram um interesse mais cultural do que efetivamente produtivo a respeito do design de produtos. Para Ari Rocha alguns empresários atuantes no apoio à  Abdi “faziam parte de uma intelectualidade”(Rocha, Op Cit). Tanto que, além da consciência sobre a importância do design, possuíam um interesse em cultura de um modo mais amplo e exemplifica que Luiz Villares e José Mindlin foram conselheiros do MoMA, o museu de arte moderna de Nova York. Seus interesses na divulgação e disseminação do design industrial, mesmo como ferramenta de melhoria dos produtos e da competitividade das empresas, fariam parte de noções culturais e de estratégias estruturais mais amplas sobre o desenvolvimento industrial nacional.

Porém, de um modo geral, tanto estes quanto muitos outros empresários que tiveram contato com a Abdi, estavam sujeitos às restrições econômicas e à falta de uma estrutura de investimentos mais amplos que possibilitasse diminuir os riscos que consideravam existir em um projeto de desenvolvimento de produtos nacionais.

Para Ventura, a falta de capital adequado, que pudesse iniciar uma estrutura de investimentos para começar e manter um processo de geração de novos produtos industriais brasileiros estava entre os principais motivos das restrições econômicas. Este processo teria que cobrir todas as etapas de projeto do produto, incluindo matrizes e testes com protótipos, em um tempo compatível com uma comercialização competitiva diante dos produtos gerados e comercializados por outros países. Por este motivo, boa parte do empresariado preferia copiar ou comercializar o produto estrangeiro que já existia, segundo Ventura “totalmente desenvolvido, onde você tem, inclusive, as características das ferramentas que você vai utilizar”. Esta saída tornava o investimento menor para a empresa sobre variados aspectos. Embora, como lembra Grinover, a imagem dos brasileiros no exterior, percebida em feiras industriais, fosse negativa, pois “acusavam os brasileiros de copiarem sem mais e sem menos” ( Grinover, Op. Cit.).
   
Ventura aponta ainda o desconhecimento do que seria o desenho industrial por muitos empresários, apesar de todo o trabalho de divulgação da Abdi nas atividades que empreendeu. Talvez por isso, Bergmiller tenha dito que “durante anos precisava sempre explicar que vantagem um empresário tem, mesmo, com a participação de um profissional de design” (Bergmiller, Op. Cit.). De qualquer forma, a conscientização de determinados segmentos do empresariado ocorreu, mesmo que com limitações, e daria frutos mais tarde. Eles viabilizaram uma aproximação com determinados segmentos empresariais da Fiesp e realizaram um trabalho de divulgação e conscientização sobre o desenho industrial nacional diante de um cenário de poucos investimentos no desenvolvimento de produtos industrializados projetados no país nos anos 1960 e 1970.

Considerações Finais

O papel histórico da Abdi está expresso no alcance de alguns objetivos que nortearam sua fundação. Iniciou a organização no campo profissional existente, divulgou e disseminou os conceitos de design e serviu de referência como forum de discussões e de encontro de pessoas interessadas em design. Como entidade, sua simples existência demonstrava que era possível uma organização profissional para os diplomados em uma profissão que sofria restrições de mercado de trabalho.

A parceria entre intelectuais que atuaram como designers e entre estes e empresários com consciência sobre o design, ainda que de um viés mais cultural do que produtivo na escala pretendida pelos designers destas parcerias, marcaram não só o modo como a Abdi divulgou e disseminou o design na sociedade, mas o modo como se iniciou a organização profissional no Brasil.

Estes articuladores apesar de serem poucos, na concepção deles próprios, foram importantes também pelas filiações institucionais a que pertenciam e que possibilitaram ações baseadas em relações institucionais. O processo de conscientização da sociedade brasileira sobre o design dentro de uma perspectiva histórica, se iniciou pelo setor produtivo final no qual o design se materializa. Portanto, seria o modo inicial e pioneiro de um processo de conscientização dos diversos segmentos sociais que continuou a ser empreendido pelas gerações posteriores de designers até os dias de hoje. E que ainda continuará por gerações por vir.


Notas:
(1) Entrevista realizada com Alessandro Ventura em 1 de agosto de 2000 na cidade de São Paulo, com uma hora de duração. Ventura se formou na FAU/USP em 1963 e participou da ABDI nos anos 1970.

(2) Entrevista realizada com Lúcio Grinover em 20 de novembro de 2000 na cidade de São Paulo, com uma hora de duração.

(3) Estatutos Sociais da Associação Brasileira de Desenho Industrial. In Desenho Industrial: aspectos sociais, históricos, culturais e econômicos. São Paulo: Fórum Roberto Simonsen/FIESP/ABDI, 1964. p. 101.

(4) Entrevista realizada com Carl H. Bergmiller em 27 de agosto de 2000 na cidade do Rio de Janeiro, com quarenta e cinco minutos de duração.
(5) Carta aos associados da ABDI datada de junho de 1973 e assinada por Alexandre Wollner.

(6) “Competição esbarra no design”. Revista da Bolsa de Valores. São Paulo: Bolsa de Valores, jul. de 1973. p. 17-22.

(7) São exemplos o projeto do ‘Manual de embalagens para exportações’, encomendado ao IDI-MAM, e as atividades iniciais de design que dão origem ao grupo de desenho industrial da STI-MIC, no Rio de Janeiro.

(8) Sérgio Penna Kehl foi professor da Escola Politécnica da USP a partir de 1958. Durante a presidência da Abdi saiu da Nadir Figueiredo e fundou o Grupo Associado de Pesquisa e Planejamento Ltda. (Gapp), o “primeiro escritório especializado em consultoria na área” de ergonomia. Cf. MORAES, 2004.

 (9) Entrevista realizada com Ari Antonio da Rocha em 7 de junho de 2001 na cidade de São Paulo, com duas horas de duração. Ari Rocha é formado pela FAU-USP e participou da diretoria provisória da Abdi em 1970.

(10) Entrevista realizada com João Carlos Cauduro, em 27 de junho de 2003 na cidade de São Paulo, com uma hora e trinta minutos de duração. Cauduro é formado pela FAU-USP e foi diretor de planejamento da Abdi de 1963 a 1966 e de 1974 a 1976.

(11) Boletim Informativo da Abdi, n° 01, São Paulo: Abdi, novembro de 1974. p. 2.

(12) Boletim Informativo  da Abdi, n°. 8. São Paulo: Abdi, dezembro de 1976.  p. 2

(13) Boletim Informativo da Abdi. n° 9.  São Paulo: Abdi, junho de 1977.

(14) Relatório Da Diretoria Biênio 1976-1978 São Paulo: Abdi, 1978. p. 1.

(15) Sobre a Apdins-RJ consultar BRAGA, 2005.

(16) Sérgio Akamatú se formou em desenho industrial pela FAAP em meados dos anos de 1970. Cf. entrevista realizada com Sérgio Akamatú em 20 de novembro de 2000 na cidade de São Paulo com uma hora de duração.

Bibliografia

BRAGA, Marcos da Costa. Organização profissional dos designers no Brasil: APDINS-RJ, a luta pela hegemonia no campo profissional. Tese de Doutorado em História Social – Ppgh/Universidade Federal Fluminense. Niterói, UFF, 2005.

CAVALCANTI, Lauro. Preocupações do Belo. Rio de Janeiro: Taurus, 1994.

Boletim Informativo da Abdi, n° 01, São Paulo: Abdi, novembro de 1974.

Boletim Informativo da Abdi. n° 08, São Paulo: Abdi, dezembro de 1976.  p. 2.

Boletim Informativo da Abdi. n° 09.  São Paulo: Abdi, junho de 1977.

Estatutos Sociais da Associação Brasileira de Desenho Industrial. In Desenho Industrial: aspectos sociais, históricos, culturais e econômicos. São Paulo: Fórum Roberto Simonsen/Fiesp/Abdi, 1964.

Entrevista realizada com Sérgio Akamatú em 20 de novembro de 2000 na cidade de São Paulo com uma hora de duração.

Entrevista realizada com Alessandro Ventura em 1 de agosto de 2000 na cidade de São Paulo, com uma hora de duração.

Entrevista realizada com Lúcio Grinover em 20 de novembro de 2000 na cidade de São Paulo, com uma hora de duração.

Entrevista realizada com Carl. A. Bergmiller em 27 de agosto de 2000 na cidade do Rio de Janeiro, com quarenta e cinco minutos de duração.

Entrevista realizada com Ari Antonio da Rocha em 7 de junho de 2001 na cidade de São Paulo, com duas horas de duração.

Entrevista realizada com João Carlos Cauduro em 27 de junho de 2003 na cidade de São Paulo, com uma hora e trinta minutos de duração.

MORAES, Anamaria. Ergonomia, Ergodesign e Usabilidade: Algumas Histórias, Precursores, Divergências e Convergências. In: Ergodesign 2001 – Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces Humana Tecnológica: produtos, programas, informação, ambiente, ambiente construído. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2004. Anais em CD.

NIEMEYER, Lucy. Design no Brasil: origens e instalação. 2ª ed. Rio de Janeiro: 2AB, 1997.

Relatório Da Diretoria Biênio 1976-1978 São Paulo: Abdi, 1978.

RIDENTI, Marcelo. Em busca do Povo Brasileiro. Rio de Janeiro: Record, 2000.

Publicado na Revista D.: design, educação, sociedade e sustentabilidade, v.1. Porto Alegre: UniRitter, 2007.p.13-32.


Marcos da Costa Braga é bacharel em Desenho Industrial e mestre em Antropologia da Arte pela EBA-Ufrj. Doutor em História Social pela da UFF. Membro do corpo editorial da revista científica Estudos em Design. Foi coordenador do curso de desenho industrial da Faculdade Silva e Souza de 1991 a 1995. Foi coordenador do curso de desenho industrial da Unicarioca de 1997 a 2004. Vencedor do concurso público para a vaga de História do Design da FAU/USP em 2006. bragamcb@yahoo.com.br

 


Comentários

sônia valentim de carvalho
26/02/2010

acabe de ler o texto sobre a abdi e lamento que os nomes dos integrantes da última gestão não sejam citados. além do presidente, sérgio rené akamatu, formaram essa gestão mista (sp e rj) os seguintes profissionais: jandir câmara silva, sônia valentim de carvalho, nelson graubart, marco antonio amaral rezende, mário ewerton fernandes e wilson roberto gomes de oliveira.

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