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Fim das fábricas?
Ethel Leon
Os noticiários brasileiros repercutiram a notícia: o designer finlandês Janne Kyttänen desenvolveu a primeira coleção de sapatos femininos feitos a partir da tecnologia de impressão 3D. São quatro projetos criados até agora na coleção batizada de Mashable, cujos modelos digitais estão disponíveis gratuitamente no site do artista.
Espera-se que nos próximos anos as impressoras 3D tenham seus preços drasticamente reduzidos, o que deve alterar significativamente os parques industriais de todo o mundo. Hoje pequenas impressoras digitais podem ser adquiridas por 1500 dólares, mas como todo produto eletrônico, em breve esse será mais um acessível e doméstico. Produtos como roupas, brinquedos, sapatos plásticos, utensílios de todo tipo serão confeccionados nas casas das pessoas, que pagarão (talvez) pelos arquivos digitais dos projetos.
Hoje muitos dos designers graduados em escolas não encontram lugar no mercado formal de trabalho e partem para a produção de seus projetos, vendendo-os na web ou em lojas ditas compartilhadas. Para tanto, procuram fornecedores, estabelecem padrões de qualidade, ocupam-se da logística etc.. No futuro, com as impressoras digitais, toda essa etapa produtiva, para grande quantidade de objetos do cotidiano, simplesmente desaparecerá.
É assustador pensar no que vai ocorrer com parques industriais inteiros, quando a noção de fabricar de forma desterritorializada e abrindo mão dos trabalhadores se implantar para valer.
Vale a pena conhecer o trabalho de Kytännen, uma mostra ainda modesta das possibilidades desse novo aparato tecnológico, em breve em nossas casas.
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