Ano: II Número: 13
ISSN: 1983-005X
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Hélio de Almeida em livro

Desde que os cartazes sumiram das ruas e foram substituídos pelos outdoors ou pelas peças publicitárias fincadas em abrigos de ônibus, muitos artistas gráficos tomaram o rumo das capas de livro. Um deles é Hélio de Almeida. E, sorte nossa, ele acaba de reunir sua obra em livro, projeto dele e de Thereza Almeida, lançado pela Gráfica Ipsis.

O livro é um primor. Em equilíbrio, em impressão e acabamento gráfico.

Numa livraria ou biblioteca, o que procuramos nos livros é seu texto e as capas nos servem como cardápios. Já quando os designers de livros reúnem suas capas num ‘livro dos livros’, conseguimos ter a noção exata de seu trabalho, muito próximo daquele do cartaz, em escala bem menor, está certo, mas cartaz. A capa do livro assim distante de seu contexto, digamos, funcional se dirige a esse público indeterminado do antigo cartaz de rua, que olha vitrine, frequenta sites, passeia os olhos por segundos...

Hélio de Almeida mostra também os cartazes que executou. Reduzidos para caber nas páginas do livro, eles deixam claro como poderiam ser capas de livros, há certamente uma aproximação entre esses dois veículos de comunicação, mesmo se anotarmos todas as suas diferenças de situação e leitura.

O trabalho de Almeida, para quem não sabia, reúne ainda capas de revistas, ilustrações, logotipos e cartazes. A noção de coleção está lá, como nos conjuntos de Italo Calvino ou Rubem Fonseca e os logos vão da construção geométrica e sintética à narratividade de diferentes matizes.

É curioso ver os trabalhos que provavelmente não foram encomendados, mas são exercícios. Os arames mostram uma filiação com Calder, até mesmo no gosto pelo circo e seus personagens, embora o mais expressivo deles seja o Drummond, de 2005, feliz homenagem ao poeta. (EL)

 


Comentários

Hélio de Almeida
27/01/2009

Muito obrigado (ET)! Gostei muito do texto sobre o meu livro. Um grande abraço, Hélio de Almeida

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