Clássicos pela Mendes Hirth
A marcenaria Mendes Hirth do Rio de Janeiro continua seu trabalho de arqueologia ativa da produção moderna em mobiliário de madeira. A arqueologia é o estudo da descoberta, mas o que a Mendes Hirth faz é reproduzir, com toda atenção aos detalhes, os projetos encontrados, daí arqueologia ativa.
O último de seus trabalhões é a poltrona Lúcio, estofada. Trata-se de exemplar criado por Lúcio Costa para a exposição de móveis realizada pela Oca, de Sérgio Rodrigues, em 1962. O modelo original foi produzido em jacarandá. Agora, a marcenaria carioca trocou o jacarandá pela imbuia maciça, mas manteve todo o desenho original que contrasta as pernas de seção quadrada com as traves torneadas. Também reproduziu o intrincado estofamento, feito de tiras de borracha, espumas de diferentes densidades e botões de pressão, ilhoses e cordões, que a tornam especialmente confortável.
A pedido de Sérgio Rodrigues, foram produzidos oito exemplares para as comemorações dos 50 anos de Brasília.
A segunda peça é projeto próprio e se chama Lina, mas não homenageia nem redescobre os móveis de Lina Bo Bardi. Mantém o raciocínio da marcenaria clássica, de junção por encaixes, também o contraste de formas retas e arredondadas, que a arquiteta, por acaso, utilizava. (EL)
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