Com previsão de término que anteceda a Copa de 2014 no Brasil, o Trem de Alta Velocidade (TAV) já recebeu críticas, mas também porta expectativas otimistas para o país. O projeto em curso é o trem que liga São Paulo a Rio de Janeiro, passando por aeroportos dos dois estados e por algumas cidades como Aparecida e Campinas. Sua passagem custará 200 reais e o tempo de viagem será de 93 minutos.
Enquanto há espera do TAV no Brasil, na Inglaterra o projeto de ponta dos trens é o Mercury high-speed double-decker train. A diversidade de espaços deste trem de dois andares é proporcional a seu nome. Os designers responsáveis por seu desenvolvimento projetam espaços para crianças, vagões reservados a famílias e salas para encontros de trabalho. Até festas foram previstas dentro no Mercury!
O luxo do trem é casado com as exigências de sustentabilidade e tem baixa produção de monóxido de carbono. A aposta da Inglaterra é que o trem ofereça, além de rapidez, conforto, e grande mobilidade dentro do veículo.
Aqui, a discussão ainda se dá em termos de preço e rapidez. Lá, onde existem as empresas aéreas chamadas de low cost- há passagens de Londres a outras capitais da Europa por 20 euros, por exemplo - a propaganda insiste nas possibilidades de trabalho e lazer dentro do trem.
Pois se as viagens aéreas ficam cada vez mais acessíveis, os aviões dão provas permanentes de desconforto, com suas poltronas pequenas, o espaço entre elas exíguo e as refeições diminutas e insossas.
Esse é o principal ponto fraco dos aviões que joga a favor dos novos trens, como o Mercury : a democratização do acesso ao avião que o tornou mais banal, menos luxuoso. Quem faz as vezes do avião de antigamente é o novo trem.
Já com o nosso esperado trem de alta velocidade, as críticas são muitas: o projeto é caro; o trem só transporta pessoas, sem que haja vagões para cargas levadas hoje por caminhões; a desativação do aeroparque de São Paulo Campo de Marte, prevista no projeto, traria problemas econômicos à aviação executiva...
Os entusiastas do TAV nos lembram do menor impacto ambiental e de alternativa ao ônibus que não seja o avião - que além de ter muitas vezes suas passagens com valor acima de 200 reais, demoram mais do que 90 minutos, se pensarmos na duração do check-in e na espera da sala de embarque.
