Cadeira São Paulo de volta
Exemplo de marcenaria que emprega ferramentas pouco sofisticadas (como o torno), mas chega a resultado significativo graças ao desenho e aos detalhes de acabamento, a cadeira São Paulo certamente se insere na produção manufatureira que criou certa tradição no Brasil, a partir dos anos 1950.
Nesta época, arquitetos/designers que se tornaram empresários desenvolveram um pensamento de projeto sobre móveis de madeira. Vide o caso de Michel Arnoult e Jorge Zalszupin, entre outros.
Motta pertence a esta tradição. E vale observar como a cadeira responde a proporções áureas, como o orifício auto-explicativo no encosto dialoga elegantemente com a forma da cadeira e como os redondos se engatam 'naturalmente'.
É esta a sensação que transmite um projeto inteligente, que se torna facilmente inteligível para quem o vê. Inteligível, ao menos, do ponto de vista de sua unidade formal. Nada parece sobrar ou faltar, nada está fora do lugar.
Se um dia decidir redesenhá-la, caro Carlos,aqui vai um pedido de fã: algum tipo de rebaixo ou outro artifício no assento, que segure o usuário na cadeira. (EL)
|
|