A sessentona e a recém-nascida
Duas cadeiras em destaque nas rodas (leia-se blogs) do design internacional: a quase sexagenária cadeira Rex e a novíssima Fernando.
A Rex está exposta no Museu de Arquitetura e Design da Eslovênia, em mostra de produtos legendários. Projetada pelo designer eslovênio Niko Kralj em 1952, a Rex já vendeu mais de 2 milhões de exemplares, faz parte da coleção do MoMA e continua em fabricação.
Trata-se de uma família de móveis, que compreende assentos em versões de balanço, espreguiçadeira e também mesa. Todas as peças são facilmente dobráveis. E, como boa peças moderna, não se destina exclusivamente a espaços residenciais ou a escritórios e lojas. É herdeira da Bauhaus, do racionalismo de Le Corbusier, das ideias de universalidade e de desmaterialização dos objetos.
Já a Fernando, de Julian Mayor, sediado em Londres, é fabricada em aço espelhado. A deformação que se dá no processo de aquecimento, durante a produção, torna irregulares suas superfícies. Parece, num primeiro olhar, fazer referências ao Museu de Bilbao, de Frank Gehry, mas enquanto na obra arquitetônica a perfeição técnica é buscada com rigor, aqui há uma espécie de brutalismo, que a faz mais cênica do que operacional.
Perfeita tradução do período hipermoderno em que vivemos, em que o forte jogo das aparências anula qualquer discurso de estrutura reconhecível. (EL)
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