São delicadas e de tamanhos perfeitos para as novas festas, sem criados de avental. Peças que induzem ao self-service (ou ao bem mais simpático ‘cê se serve’), pequenos bocados que dispensam talheres, arranjos que lembram ikebanas.
Os suportes são de madeira nobre, o curupixá, e a pintura à base de água. O desenho é primoroso. Desníveis nas superfícies deixam estáveis os conteúdos das bandejas. Alguns modelos propõem uma ordem de hierarquia e conteúdo – molhos e canapés, stickers e pastinhas etc.
Há aqui uma proposta de organização, que não se envergonha do que nos sugere*. O acabamento externo de alguns itens tira partido dos desenhos da matéria-prima imprimindo ritmo sutil, permitindo que se aprecie a beleza da madeira.
As alças das bandejas são bem desenhadas e discretas. Não à toa olhamos para o conjunto e pensamos no Japão ou na Escandinávia. Pela simplicidade difícil, aquela do desenho bem pensado e realizado. Um projeto da Zon Design para a Tramontina.
* Comentário à parte: estou definitivamente em luta contra essa suposta ‘liberdade do consumidor’. Fui a uma loja de ‘design’ para comprar um presente e a gerente ou dona, não sei bem, queria me convencer a adquirir uma bandeja de resina sem ranhura, desnível ou grade que segurasse os objetos transportados.
Fiz um teste na hora para convencer a moça da penúria daquele objeto. Pousei dois copos d’água na bandeja e pedi que ela os levasse ao outro extremo do pequeno comércio. Os copos deslizaram perigosamente naquela superfície lisa e escorregadia e a moça ficou aflita. Quando perguntei retoricamente “está vendo só?” ela, sem perder a pose, me respondeu que aquela bandeja fora pensada para dar liberdade total no uso... “Liberdade para deixar cair copos? Para testar o equilíbrio de quem segura?” perguntei. A resposta foi: “cada consumidor tem um gosto, nossa obrigação é oferecer essa liberdade ...”