A revista Serrote se intitula a melhor revista de ensaios do Brasil. Pode parecer pretensão, mas não é.
Arejada, com textos traduzidos especialmente, ensaios brasileiros de fôlego, a revista desafoga a quem se entope, aleatória e involuntariamente, com informação fácil, rápida e obtusa de grande parte da imprensa.
No último número, de especial interesse para designers, estão 12 capas de Eugênio Hirsch, a quem apelidei, faz muito tempo, de “cigano das capas”, em entrevista realizada por mim e por João de Souza Leite, nos idos dos anos 1990.
Cigano de origem e de postura de vida, raramente fixando-se num mesmo lugar e num mesmo atalho criativo.
Infelizmente, a revista não dedicou texto crítico ao designer Hirsch, artista plástico, desenhista, que ingressou no mercado brasileiro graças a Monteiro Lobato.
A breve introdução, não assinada, fala da liberdade do autor nas capas de livros. No entanto, Hirsch era capaz de rigor suíço exemplar, por exemplo, ao desenhar a coleção Museus, vendida em bancas de jornais.
Aqui vai um pedido à Serrote: que tal brindar os leitores com textos críticos sobre a produção que estampam? As artes plásticas sempre merecem escritos, por que não o design?