Faleceu no dia 21 de maio o arquiteto João Filgueiras Lima, conhecido como Lelé. É enorme sua contribuição à arquitetura e ao design brasileiro, às cidades e à nossa cultura predial hospitalar.
Lelé enfrentou o problema da industrialização da arquitetura de várias maneiras, trabalhando com peças pré-fabricadas, cuja tecnologia desenvolveu ao longo dos anos.
Responsável pela arquitetura da rede Sarah Kubitschek, referência de edifícios hospitalares e de tratamento de problemas ortopédicos, Lelé implantou em Brasília um núcleo de desenho industrial encarregado de projetar equipamentos hospitalares como cadeiras de roda e cama-maca. A equipe também desenvolveu programas de sinalização buscando facilitar a orientação dos pacientes e seus acompanhantes naquelas grandes unidades.
Sua arquitetura não se rendeu à facilidade e não descuidou da linguagem. Os edifícios, sempre com a marca da intervenção de artistas - caso de Athos Bulcão em Brasília - contemplam completas dimensões humanas e não apenas a da produtividade, obtida por meio da seriação de componentes.
O arquiteto será homenageado na próxima Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza.
Recentemente, a arquiteta paulistana Marina Grinover fez palestra sobre o trabalho de João Filgueiras Lima. No debate que se seguiu, muitos expressaram o mesmo desejo: que ele tenha criado uma escola; que tenha seguidores capazes de continuar sua obra.