Quem for ao Museu de Arte Contemporânea, Ibirapuera, verá: das 154 fotos exibidas na mostra Fotógrafos Modernos, 120 vieram da coleção particular de Edemar Cid Ferreira (do falido Banco Santos). As fotos são sensacionais. Mas o melhor de tudo é saber que quem decidiu que elas nos fossem acessíveis foi o juiz Fausto Martin de Sanctis, que distribuiu o acervo do ex-banqueiro pelos museus da cidade. De Sanctis também decidiu instalar duas esculturas de Galileo Emendabile numa praça pública de São Paulo.
As fotos da exposição do MAC estão primorosamente organizadas em núcleos temáticos muito bem discutidos pela curadora Helouise Costa. E é possível ver trabalhos de Rodchenko, Cartier-Bresson, Margareth Bourke-White, Leni Riefenstahl, Man Ray e André Kertész, entre outros. São fotos que seriam ambicionadas por colecionadores ou museus internacionais.
Já as duas esculturas do italiano Galileo Emendabile (1898-1974) estão na praça Luís Carlos Paraná, no bairro do Itaim Bibi, São Paulo. Elas representam duas musas - da escultura e da engenharia-, pertenciam à coleção privada do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira e precisaram de trabalho de restauro, antes de serem inauguradas.
Segundo de Sanctis, sua decisão foi baseada na Convenção sobre o Patrimônio Mundial da Unesco, da qual o Brasil é signatário desde 1977. "O artigo 5º da convenção deixa claro que cabe aos Estados-partes dar a esses bens uma função na vida da coletivdade", disse o juiz.
