TV Cultura, nova identidade visual
Não é todo dia que um designer recebe uma missão como essa: reformular a identidade visual de uma televisão pública. Projetos assim são muito raros, e é difícil que gente da área gráfica assuma trabalhos em outras mídias. ‘Revisteiros’, muitas vezes, passam a vida fazendo revistas e por aí afora. João Baptista da Costa Aguiar, conhecido por sua atuação em design editorial, principalmente, permaneceu alguns meses, de julho de 2007 a março de 2008 na TV Cultura de São Paulo e implantou algumas mudanças na imagem da emissora.
Convidado pelo presidente da Cultura, o jornalista Paulo Markum, Baptista teve como atribuição cuidar da identidade visual da Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura, além de coordenar as áreas de figurino, cenografia e computação gráfica da televisão.
A marca existente, criada pelo escritório Cauduro & Martino nos anos 1960, era uma genérica, tanto para a Fundação quanto para a televisão e suas afiliadas. Ela foi mantida para a TV e ganhou uma função de grande janela ou de segunda tela, absorvendo as imagens dos conteúdos apresentados, antes de tornar-se verde.
Para a Fundação Padre Anchieta, Baptista criou uma marca específica, com outro padrão (ver imagem). Ele trabalhou a partir da primeira representação da cidade de São Paulo, feita pelo viajante espanhol Luiz de Céspedes, em 1647. O desenho retrata as edificações jesuíticas do Pátio do Colégio e, no fundo, pode-se ver o rio Tietê. No caso da Fundação, a localização física em relação ao rio Tietê é quase a mesma.
Como não havia unidade ou coesão visual nos diferentes programas, o trabalho do designer foi limpar os excessos nas vinhetas e nos cenários, estabelecendo um certo padrão visual com o rigor tipográfico possível. “As vinhetas”, diz Baptista, “resultavam da somatória de várias épocas e se sobrepuseram umas às outras, criando enorme salada visual”. Ele trabalhou com duas fontes apenas, a Anisette Petite (sem serifa) e a Requiem (serifada) mesmo correndo o risco de certa aridez inicial. “Suprimi o uso de programas 3D nas vinhetas de abertura e passei a valorizar a imagem enquanto conteúdo e pertinência”, relata.
Para a mudança de cenários, Baptista orientou os profissionais da casa a construir cenários simples, evitando os edificados ou rebuscados. Dos cerca de 30 programas, que reformulou, entre novos e antigos, o profissional desenhou especialmente alguns deles diretamente, entre os quais, os dos programas Letra Livre e Vitrine. (EL)
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