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A tese de doutorado ‘The impact of European Design Policies and their implications on the development of a framework to support future Brazilian Design Policies’ de Gabriel Patrocinio, apresenta e analisa políticas públicas para o design, tema muito pouco pesquisado no Brasil e no mundo, mas de grande importância para o desenvolvimento da área especialmente em nosso país.
O trabalho foi desenvolvido por Patrocinio de 2009 a 2013 no Centre for Competitive Creative Design da Cranfield University, Reino Unido, sob orientação de Simon Bolton que possui atuação na promoção do design em entidades como o Design Council e o Industrial Design Society of America. O autor se formou em desenho industrial pela Escola Superior de Desenho Industrial, ESDI, em 1982, instituição da qual foi diretor de 2004 a 2008. Paralelamente à carreira acadêmica tem militado nas atividades que tratam de políticas e organização do campo do design: é diretor da Associação de Designers Gráficos, ADG Brasil (2013-2015) e membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Empresas de Design, Abedesign (2014-2015); participou da fundação do Fórum Brasil Design e mantém o blog "políticas de design | design policies" (www.designpolicies.com).
A importância do tema, a riqueza de dados levantados pela pesquisa e a redação organizada de forma coerente são alguns dos motivos pelos quais a tese recebeu o 1º lugar na Categoria trabalhos escritos não publicados do 28º Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira de 2014.
O tema é oportuno para fomentar o debate sobre o papel do design e o futuro da profissão em um momento marcado por um processo de desindustrialização brasileira, mudanças climáticas, valorização dos aspectos estéticos e simbólicos do produto com finalidades puramente mercadológicas e a falta de uma unidade abrangente entre os designers que desenhe um horizonte claro para o design no país que contribua de fato para o desenvolvimento econômico e social.
Entre as primeiras definições que são apresentadas por Patrocínio na tese está a de políticas públicas que seria um conjunto de princípios estabelecidos por um governo com a intenção de orientar a aplicação do design para alavancar o desenvolvimento social, econômico, industrial e regional. Complementada essa compreensão, segue a explicação das diferenças de concepção de políticas públicas que abrangem dimensões distintas desde aspectos pontuais e setoriais marcados mais por projetos e programas de alcances limitados e específicos até aspectos estratégicos e macro-econômicos. A noção dessa diferença é uma das ferramentas conceituais que permite a Patrocínio analisar criticamente os exemplos de políticas públicas de design nos países eleitos para o estudo.
O objetivo é proporcionar conhecimento sobre políticas públicas que contribua para reduzir o atual nível de incerteza sobre o planejamento dessas políticas no âmbito do design em países de economia emergente, e em particular no Brasil.
O foco da pesquisa se concentra no Brasil, no Reino Unido - que possui tradição em políticas públicas de design - e na União Europeia. Foi realizada uma revisão de literatura sobre a área de políticas públicas de design, incluindo documentos de governos, e uma pesquisa de campo que no caso do Brasil inclui entrevistas com personagens ativos em algumas das mais destacadas entidades de promoção do design no país. Embora a pesquisa no Brasil tenha privilegiado algumas regiões específicas do país, a seleção de casos consegue nos proporcionar uma visão do estado da arte do tema em terras tupiniquins.
Um dos desdobramentos do trabalho foi realizado pelo próprio Patrocínio que, em maio de 2014, iniciou o Laboratório de Políticas de Design, DPLab, na UERJ, para dar continuidade aos estudos desse tema, de relevância nacional, regional e internacional.
A tese preenche uma das lacunas que existem na pesquisa em design no país. Em um cenário de carência de políticas públicas consistentes e de longa duração, o estudo fornece subsídios para o debate sobre a necessidade de se colocar o design em uma pauta de planejamento social e econômico de médio e longo prazo que possibilite o uso do design para o desenvolvimento da qualidade de vida da população brasileira. O texto completo está disponível em: https://dspace.lib.cranfield.ac.uk/handle/1826/8565
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